Depois de termos apresentado uma visão mais global sobre as tendências do digital para 2022, as plataformas que mostram maior crescimento, caminhos para o e-commerce e muito mais, debruçamo-nos agora sobre como o digital evoluiu no último ano em Portugal.
Como é usada a internet em Portugal?
Quais as redes sociais com maior presença?
Que dispositivos são mais usados?
Estas e outras perguntas serão respondidas ao longo deste artigo a todos os empreendedores digitais, com base num estudo da DataReportal dedicado a Portugal, criado em colaboração com a We are Social, Hootsuite e outros parceiros.
Esta informação pode ser aquilo que lhe falta para definir os seus objetivos de marketing digital ou afinar as estratégias do seu negócio tradicional ou de e-commerce. No entanto, dadas as rápidas mudanças acontecidas nos dois últimos anos, há informação que não é diretamente comparável com o ano ou anos anteriores, já que os parâmetros de alguns relatórios mudaram.
Mas, acredite que a informação publicada sobre a internet e o uso do digital em Portugal será fundamental para qualquer negócio de empreendedorismo digital, mas não só.
Vamos aos números.
O uso da Internet em Portugal
Em Portugal, estima-se que cerca de 85% por cento da população é utilizador frequente da internet, ou seja, mais de 8 milhões de utilizadores. Entre 2021 e o início de 2022 há o registo de um crescimento de cerca de 3%.
Apesar de uma utilização elevada dos meios online, 15% da população ainda está completamente ausente do digital. O acesso à internet “acelerou” em 2021, em 60% para a rede móvel e 12% para a rede fixa.
Os portugueses revelam elevada preocupação relativamente àquilo que é real ou falso na internet (76%). Com mais de metade dos adultos utilizadores preocupados com a forma como as empresas usam os seus dados.
Internet: quantos utilizadores em Portugal e como se ligam à internet
São 16.07 milhões os telemóveis existentes em Portugal, portanto, mais do que a população portuguesa – 10.15 milhões, apurada no início do ano. Apesar de tudo, apenas 8.63 milhões utilizam a internet. De referir que há vários portugueses com mais do que um telemóvel.
No entanto, os utilizadores da Internet e das redes sociais cresceram mais 2.9% e mais 9%, respetivamente.
Para estarem ligados, para além dos telemóveis – 93,7% (maioritariamente smartphones) cujo uso cresceu 2% no último ano, os portugueses utilizam o computador (86%), o tablet (47.1%), as consolas de jogos (34.8%), o smartwatch (30.4%), a TV streaming (19.2%), os dispositivos smart em casa (6.8%) e o equipamento de realidade virtual (3%).
Através de que meio acedem à internet?
- Telemóvel 93,75%
- Computador pessoal, 83,9%
- Tablet 82,9 %
- Computador no trabalho 34,6%
Os dados comparativos a novembro de 2021 indicam que a maioria das páginas web são executadas em computadores (66,5%). O browser mais usado é o Chrome (71.44%), seguindo-se o Safari (11,99%).
Quanto tempo os portugueses passam online?
No total, os portugueses passam quase 8 horas diárias na internet, investindo entre 3h30 do seu tempo, via telemóveis (70,7% Android, 28,7% IOS), e 4h30 via computadores e tablets.
A televisão ocupa quase 3 horas (crescendo apenas mais 1 min. face a 2020), as redes sociais ocupam cerca de 2h30 (mais 10 minutos do que no ano 2020). A imprensa online e em papel têm apenas 1h08 do tempo dos internautas portugueses.
As aplicações de música ocupam 1h11, mais 12 minutos do que no ano passado, a rádio 1h17min, os podcasts 39 minutos, com um crescimento registado de mais 13 minutos) e às consolas de jogos dedicam 38 minutos, apenas mais 2 minutos do que no ano anterior. O smartphone é o meio preferido para jogar (61,4%).
O que os utilizadores fazem na internet?
A maior parte dos internautas portugueses utiliza a internet para:
- Procurar informação (82,4%),
- Pesquisar como fazer qualquer coisa (71%),
- Comunicar com amigos e família (70,2%),
- Acompanhar as notícias e acontecimentos de atualidade (69,2%),
- Ouvir música (65%),
- Procurar ideias e inspiração (64,8%),
- Pesquisar sobre marcas (64,4%),
- Procurar destinos e viagens (62,4%),
- Ocupar o tempo livre (56,5%),
- Ver vídeos, programas de tv e filmes (53,5%),
- Procurar questões de saúde e produtos relacionados (50.4%).
Menos de 50% dos utilizadores procuram a Internet para estudar, gerir as suas finanças, jogar ou para pesquisar sobre questões relacionadas com negócios.
O empreendedor pode olhar para esta lista e pensar em criar conteúdo que vá ao encontro destes hábitos, ou seja, fornecer informação, ensinar a fazer algo, mostrar ideias e partilhar inspiração. Tudo dependerá, obviamente, do tipo de negócio que tiver.
Quais os sites mais visitados?
De acordo com dados de novembro de 2021 divulgados pela SemRush, plataforma especialista na gestão de presença digital e marketing de conteúdo, os sites mais visitados em Portugal são alguns mais generalistas e outros mais específicos:
- Google.com (142 Milhões de visitas/mês),
- Facebook.com (49.3 M/mês),
- Youtube.com (42.2 M/mês),
- Hotmail (6.64 M/mês),
- Instagram (10.3 M/mês)
- Sapo.pt (41.1 M/mês),
- Abola.pt (21.7) M/mês.
Existem outras páginas que também são visitadas, ainda que com menor percentagem: notíciasaominuto.com, record.pt, iol.pt, olx.pt, cmjornal.pt, ipma.pt ou worten.pt.
Em 2021, as pesquisas com maior volume foram:
- portugal,
- facebook,
- porto,
- covid,
- google,
- tradutor,
- youtube,
- tempo,
- meteorologia,
- segurança social,
- olx.
E também, ainda que com menor volume: “notícias”, “record”, “gmail” e “finanças”.
Que conteúdo consomem os portugueses na internet?
Os portugueses visualizam vídeos (89,7%), mas de conteúdo indiferenciado, ainda que uma grande fatia (57,9%) opte por ver conteúdo mais específico, como vídeos de música ou ouvir música online em vários serviços de streaming (31,2%). O número de pessoas que ouvem rádio online (25,9%) ou podcasts (24,6%) é similar.
O uso da tecnologia digital em outras áreas
O número de casas inteligentes, tendo em conta a população nacional, não é significativo (313 mil), mas este número tem vindo a crescer. Mais 25% das casas ficaram tecnologicamente inteligentes no ano passado.
O uso de tecnologia financeira online, como o homebanking ou a realização de investimentos situa-se nos 23,6%, com 9,7% dos utilizadores portugueses a possuir criptomoedas.
O ranking das Redes Sociais
Os números indicam que mais de 80% dos utilizadores portugueses online têm uma conta registada nas redes sociais, no entanto, este valor pode ser mais baixo se pensarmos em utilizadores únicos, pois cada utilizador poderá ter mais do que uma conta.
Estima-se que sejam 8 milhões e meio de portugueses, homens e mulheres em igualdade, a usar estas plataformas sociais durante aproximadamente 2h30 por dia.
E o que fazem estes utilizadores nas redes sociais? Mantêm-se em contacto com familiares e amigos, ocupam o tempo livre ou leem notícias.
Redes sociais favoritas
- Instagram (27,3%)
- Facebook (26,6%)
- Whatsapp (20,1%)
Segundo os dados do estudo da DataReportal dedicado a Portugal, o Tik Tok ocupa 4,7 % dos portugueses.
Quando estão nas redes sociais, os utilizadores gostam de seguir os amigos, família e pessoas que conhecem, assim como músicos e cantores, atores e comediantes, sendo estes ótimos parceiros para associar à sua marca através de marketing de influência.
O estudo indica que 47,9% dos utilizadores procuram informação sobre marcas ou produtos nas redes sociais.
De notar ainda que 33% dos internautas seguem marcas a quem já compraram algum produto; assim como restaurantes e chefs, programas de TV, atletas e equipa e eventos em que participa.
Redes sociais que mais tráfego atraem:
- Facebook (64%)
- Pinterest (12%)
- Instagram (10%)
Redes sociais: um breve retrato com base nos resultados dos anúncios
No Facebook a publicidade atinge 58,6% da população internauta portuguesa, se tivermos em conta o limite de idade – 13 anos – para o uso da plataforma, ou seja, cerca de 6 milhões de portugueses. Mas, se analisarmos os dados sem limite etário, em Janeiro deste ano 69% dos utilizadores, na maioria mulheres, estavam no Facebook. O acesso faz-se pelo telemóvel (97%).
A taxa de interação (engagement), ou seja, em que algum seguidor interage, reage, partilha, comenta ou gosta é muito baixa (0,06%).
YOUTUBE
O alcance dos anúncios no Youtube no início de 2022 era de 71,6% da população portuguesa, o que representa 84,3 % do total dos utilizadores da internet em janeiro de 2022. A audiência é constituída, maioritariamente, por homens (50,7%), no entanto a diferença de género não é significativa (mulheres 49,3%).
A ferramenta de anúncios do Instagram mostra que esta rede social teve, no início do ano, 5.40 milhões de utilizadores, o que representa 53.2 % do total da população portuguesa. Tal como o Facebook, existe restrição à criação de contas com menos de 13 anos, por isso 59,6 % de pessoas acima dos 13 usa o Instagram em Portugal. O alcance da publicidade nesta rede social, independentemente da idade, é de 62,6% (no início deste ano). A audiência é maioritariamente feminina (51.9%) face aos 48,1% de utilizadores masculinos.
TIKTOK
O TikTok regista 2.83 milhões de utilizadores, ou seja 33%, com 18 ou mais anos, no início de 2022. Independentemente da idade, 32,8 % dos utilizadores da internet portugueses estavam no TikTok. Nesta rede, a audiência feminina lidera claramente com 59,3% face a 40,7% de homens.
FACEBOOK MESSENGER
Este é um serviço de mensagens instantâneas detido pela Meta. Primeiro surgiu ligada ao Facebook, mas agora é uma aplicação independente. Ou seja, os utilizadores podem aderir, mesmo sem conta no Facebook.
Os dados divulgados pela Meta indicam que os anúncios no Messenger chegaram a 4.8 milhões de utilizadores em Portugal, no início de 2022, ou seja, 47.3% da população. Os anúncios foram exibidos a 55.6% de utilizadores, sem limites de idade. A audiência é maioritariamente feminina (53.2%), enquanto que a masculina chega aos 46,8 %.
Os dados disponíveis para esta rede dizem respeito ao total de membros registados e não apenas aos utilizadores ativos em cada mês, por isso, não é muito comparável com os dados apresentados pelas restantes redes. No entanto, podemos ter uma visão mais abrangente da utilização desta rede pelos portugueses.
A rede social de cariz profissional, limitada a utilizadores com 18 ou mais anos, contabiliza 4 milhões de utilizadores (46,7%) em Portugal, representando 39,4 % da população. Os anúncios chegam a 46,4% dos utilizadores. Nesta rede, há um dado curioso: é frequentada pelo mesmo número de homens e de mulheres.
SNAPCHAT
Esta rede social tem 995 mil utilizadores, ou seja, 9,8% da população. Os utilizadores com 13 ou mais anos têm permissão para a utilização da plataforma. São 11 % aqueles que o fazem. Nesta rede a audiência feminina lidera com 64,2%, enquanto os homens ficam nos 35,3%.
O Twitter conta com 1.4 milhões de utilizadores em Portugal, ou seja 13,8% do total da população. O total de utilizadores, sem limite de idades, é de 16,2%. Não foi possível apurar o género dos utilizadores.
A rede social mais visual tem 2.03 milhões de utilizadores em Portugal, ou seja, 20% da população portuguesa. 23,6% dos utilizadores, sem limite de idade, usa a rede. Esta plataforma suplanta o Snapchat na preferência feminina, já que 78,4% das mulheres utilizam esta rede face a 17% dos homens.
Audiência (baseado no alcance dos anúncios)
- Youtube: 84,3% do total de utilizadores – 7.27 milhões de utilizadores
- Facebook: 69% do total de utilizadores – 5.95 milhões de utilizadores
- Instagram: 62,6 % do total de utilizadores – 5.40 milhões de utilizadores
- Facebook Messenger: 55,6% do total de utilizadores 4.8 milhões de utilizadores
- Linkedin: 46,4% do total de utilizadores 4 milhões de utilizadores
- TIK TOK: 32,8% do total de utilizadores 2.83 milhões de utilizadores
- Pinterest: 23,06% do total de utilizadores 2.03 milhões de utilizadores
- Twitter: 16,2% do total de utilizadores 1.4 milhões de utilizadores
- Snapchat: 11,5% do total de utilizadores 995 mil utilizadores
E-commerce em Portugal
Para percebermos melhor que utilizadores temos no mercado português e de que forma podemos chegar até eles, vejamos alguns dados relativamente ao comércio online.
Financeiramente, os utilizadores portugueses possuem uma conta num banco (92,3%), alguns têm cartão de crédito (33,6%), mas a maioria possui um cartão de débito (83%).
Mais de 86% dos internautas receberam no último ano pagamentos digitais, no entanto apenas 25% fez uma compra online no último ano. A cada semana 45,5% dos utilizadores de internet, entre os 16 e os 64 anos, fizeram compras online e 32% realizaram comparações de preços em plataformas existentes.
Fatores que influenciam a compra online
Mais de cinco milhões (dos mais de 8 milhões de utilizadores em Portugal) fazem compras online. Mas na hora de fechar uma compra, existem fatores decisivos.
- Entrega gratuita (74,5%),
- Os cupões de desconto (49,9%)
- Checkout simplificado (39,2%)
Existem, no entanto, outros fatores que ajudam à tomada de decisão dos consumidores online, como a facilidade na devolução, a entrega no dia seguinte, a prova social – as críticas de outros consumidores, a classificação do vendedor ou loja, comentários nas redes sociais, entre outros que podem ser confirmados e consultados no relatório da darareportal.
Top 5 das lojas online mais procuradas no google
- Nike
- Worten
- Samsung
- Continente
- Ikea
O maior investimento em downloads ou subscrições vai para o setor do gaming com cerca de 132 milhões de euros gastos no último ano.
O que é que os portugueses compram?
Em 2021, mais de 2 milhões de utilizadores portugueses compraram comida online, representando um aumento de mais 10,5%. Mais de 5 milhões fazem pagamentos digitais e cada utilizador gasta em média, anualmente, cerca de 1500 euros em compras.
Como os internautas encontram o que procuram?
Os produtos e marcas são descobertas via:
- Motores de busca (39,8%)
- Anúncios na TV (39%)
- Passa-a-palavra (38,7%)
Na jornada do consumidor online, a maioria dos utilizadores (61,4%) faz uma pesquisa antes de efetuar uma compra. Essa pesquisa pelas marcas faz-se nos motores de busca (63,9%), redes sociais (47,9%) e em sites de comparação de preços (35,8%).
Os anúncios nas redes sociais representam 34% da decisão de compra e as promoções e disposição dos produtos nas lojas influenciam 27,3% dos consumidores.
Ao longo deste artigo tem informação útil para poder tomar as decisões mais adequadas ao seu negócio digital. Fique atento a mais informações sobre outras matérias relacionadas no blog do InvoiceXpress.