Como elaborar um plano de negócios

Será que necessita de um plano de negócios? Neste artigo vamos saber um pouco mais sobre esta ferramenta, quando deve ser usada, que estrutura deve ter e qual a sua importância.
Para que serve um plano de negócios, e como criar um para a sua empresa.

Tem dúvidas se faz sentido investir o seu tempo a preparar e redigir um plano de negócios? Talvez ainda pense que esta ferramenta é um desperdício. Será?

Plano de negócios: Mito vs Realidade

Mito: um plano de negócios é apenas um documento que se cria no início do negócio para obter apoios e fica na gaveta?

Realidade: um plano de negócios é uma ferramenta fundamental para pensar o negócio nas suas variadas vertentes, que deve ser adaptado ao longo da jornada do negócio. Ao planear, o empreendedor terá uma visão mais clara de quais são os seus objetivos e o que fazer para atingi-los. O documento pode ser usado também para apresentar a investidores ou para se candidatar a incentivos e financiamento.  

A realidade de um plano de negócios mostra a sua importância. Assim, neste artigo, esmiuçamos um pouco mais sobre o plano de negócios, que estrutura deve ter, assim como a sua relevância e utilidade. O empreendedorismo e inovação em qualquer fase do seu projeto dependerá da sua atenção no planeamento e reestruturação.

O que é um plano de negócios?

Um plano de negócios é um documento-base, claro e percetível por todos, importante para qualquer empreendedor, que deve ser pensado antes de tomar qualquer ação. 

Nele deverá descrever ao detalhe o seu negócio, listar as metas ou objetivos, incluir estudos de mercado e da concorrência, estudos relacionados com o seu produto/serviços, indicar quais os públicos-alvo e os métodos a levar a efeito para atingir cada objetivo. Nunca esquecer de incluir a projeção financeira, investimentos necessários, custos com pessoal, e de que forma controlará as receitas face às despesas. Um plano de negócios é válido para iniciativas de empreendedorismo tradicional ou digital.

Plano de negócios: qual a estrutura ideal?

Para criar um plano de negócios não é necessário inventar muito. A informação que deve conter é semelhante para quase todos os negócios, para que se entenda como vai funcionar a empresa e os recursos que necessita. Como o mercado vai mudando – e pudemos ver isso durante os primeiros tempos da pandemia Covid19 – o plano também deve adaptar-se e definir novas estratégias e possíveis controlos para garantir a saúde do projeto.

Esta é a estrutura que sugerimos:

1. Sumário executivo

Tal como o próprio nome indica, neste capítulo deve resumir o seu negócio e incluir: 

  • descrição da empresa, 
  • o que o diferencia de outros, 
  • missão e valores, 
  • perfil dos empreendedores e da equipa, 
  • o que vai vender e quais os benefícios, 
  • quais os potenciais clientes, 
  • localização, 
  • investimento Global, 
  • forma jurídica e enquadramento nas Finanças.

Dica: Regresse a este capítulo no final, e melhore-o, depois de ter feito todas as análises e recolha de informação. Faça com que este capítulo seja resumido ao essencial, mas apelativo. Esta é a apresentação do seu negócio e aquilo que será lido primeiro, caso o apresente a investidores.

2. Análise de mercado

A análise de mercado é um dos passos mais importantes para a definição de caminhos para o seu negócio. Procure conhecer a concorrência, através de análises swot, para criar estratégias de atuação que permitam realçar aquilo que tem de melhor, ou aproveitar brechas no mercado. Realize também estudos de benchmarking, para conhecer a concorrência, melhores práticas, erros cometidos por outros e, assim, melhor definir a sua diferenciação.

Nesta fase é determinante estudar e segmentar o seu cliente-alvo, para, num passo posterior do seu plano, definir de que forma irá chegar até ele.

Nas suas análises perceba também quem serão os seus fornecedores, quais as suas especificidades e como poderá relacionar-se com eles.

A análise SWOT é uma das ferramentas de diagnóstico mais versáteis. Pode aplicá-la para quase tudo: antes de lançar um novo produto; para conhecer melhor o seu cliente; para analisar o seu negócio, etc.

SWOT é um acrónimo cujas iniciais significam Strengths (forças), Weakness (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças).

Vejamos como funciona na prática:

Análise internaPontos fortesPontos fracos
Pontos positivos da empresa: localização, produto, funcionamento dos departamentos, recursos humanos, etc.Pontos negativos da empresa: o produto, os custos de logística, recursos humanos, etc.
Análise externaOportunidadesAmeaças
Análise externa: situação política, fornecedores do seu nicho, pandemiaAnálise externa: situação política, aumento do salário mínimo, aumento da inflação, barreiras, pandemia, escassez de matéria-prima.

Ao analisar todos estes pontos, o pensamento deverá estar em transformar os pontos fracos identificados em fortes e as ameaças detetadas em oportunidades. Por exemplo, se a pandemia foi uma ameaça para muitos negócios, foi também aproveitada como oportunidade para tantos outros. Se considera que o seu ponto fraco é ter um produto caro, então faça dele um produto de excelência e invejável.

3. Plano de marketing

A partir dos dados recolhidos durante a fase de análise, tornar-se-á mais seguro decidir as estratégias que farão parte do plano de marketing. Ou seja, o que pode ser potencializado, ou corrigido, e através de que meios. Neste plano deve detalhar os seus produtos ou serviços e definir o Marketing-Mix para cada um deles.

Esta é mais uma ferramenta bastante usada e que trabalha quatro variáveis (existem outras, mas estas são a base):

  • Produto (que inclui também serviços) – descrição detalhada, incluindo a sua oferta de valor, inovações e indicar qual a necessidade que o produto satisfaz.
  • Preço – o preço deve refletir os custos de operação, produção, distribuição, comunicação, recursos humanos, assim como a margem de lucro. Nesta definição do preço questione quanto o seu cliente estará disposto a pagar e faça comparações com a concorrência.
  • Distribuição – Indique que canais vai utilizar para fazer chegar os produtos ou serviços ao cliente. Quais os pontos de venda (físico, online ou ambos), transportadoras, armazenamento…
  • Comunicação – Através da comunicação irá chegar aos seus clientes e mostrar-lhes porque deve comprar o seu produto e não outro. No plano deve listar os objetivos e as respetivas ações de comunicação para dar a conhecer todas as características do seu produto. Na fase de análise do seu cliente-alvo, que realizou num passo anterior, poderá ter chegado já a estas conclusões, ou seja, de quais são os canais de comunicação onde está o seu cliente. Pode estar nas redes sociais (mas apenas em algumas), pode estar num evento, pode assistir à TV logo pela manhã, viajar de carro ou de metro. Onde ele estiver, a sua comunicação deve estar lá.

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4. Plano operacional

De que forma consigo vender e atingir o meu objetivo? O que é necessário fazer? Esquematize o ciclo de venda do seu produto, desde que é disponibilizado, comunicado ou distribuído até chegar ao cliente. Perceba o tempo que a operação demora, quantos funcionários são necessários, a capacidade dos fornecedores, etc.

5. Plano financeiro

Este capítulo engloba receitas, custos fixos, investimentos, capital inicial e fluxo de caixa. Através do plano financeiro definem-se previsões, como o tempo que o negócio demora a atingir o seu break-even, ou seja o ponto de equilíbrio a partir do qual a empresa começa a gerar lucro.

Neste capítulo inclua o investimento que vai realizar em maquinaria ou software, como é o caso do programa de faturação online InvoiceXpress, para tratar da sua faturação sem preocupações.

6. Análise

Nesta análise final, pode criar cenários e simulações e perceber se o negócio tem viabilidade ou não e qual o esforço que pode exigir. 

Para que serve um plano de negócios?

Um plano de negócios serve para organizar a informação do negócio para que todas as decisões possam ser tomadas com conhecimento e baseadas em informações reais e fidedignas e não em senso comum. 

O documento permite ao empreendedor saber qual o seu caminho e controlar melhor o rumo do seu negócio. Pode igualmente usar este plano para apresentá-lo a possíveis investidores, pois também eles necessitam de tomar decisões com base em dados fidedignos.

Qual a importância de um plano de negócios?

Um plano de negócios é importante para a vida de uma empresa. Deverá acompanhar a sua jornada, sofrendo sempre as adaptações necessárias. Ou seja, realizando análises e planeamento constantes. Por vezes, essas alterações são feitas anualmente, com base no balanço do ano anterior, ou em qualquer altura que se mostre necessário.

Por exemplo, o lançamento de um novo produto seu, nova concorrência que surge no mercado, etc. 

Sem um guia como este será mais fácil desorientar-se, perder tempo precioso e tomar decisões menos acertadas. Para além das informações que partilhamos, pode também consultar o guia explicativo sobre o plano de negócios disponibilizado pelo IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação).

Por vezes custa dar o primeiro passo, mas depois de estruturar o seu negócio neste documento, ele será uma chave importante para garantir o seu sucesso.

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Sandra M. Gomes

A Sandra é entusiasta de comunicação, com formação em diversas áreas. Depois do jornalismo dedicou-se à produção de conteúdo digital e no papel. É dedicada ao trabalho, preocupada com o ambiente e apaixonada por gatos.

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