Já pensou candidatar-se a programas de incentivo financeiro? A Level Up é uma consultora que o pode ajudar nisso, e muito mais. Falámos com o fundador, Mário Marques, sobre as vantagens da consultoria financeira para as empresas.
![Level Up](/assets/blog/2015-05-21-level-up-incentivos-financeiros/level-up.png “Incentivos financeiros: leve a sua empresa ao próximo nível”)
Antes de ler a entrevista que se segue, saiba que formalizar uma candidatura a um apoio financeiro é mais do que preencher formulários. Pode, muitas vezes, fazê-lo repensar o modelo de gestão da sua empresa. É aqui que a Level Up se destaca: na gestão de projectos e da inovação. Na prática, isto significa estudar a empresa ainda antes desta ser candidata, ampliando todo o seu potencial de gestão, operacionalização empresarial e recursos tecnológicos e financeiros.
A verdade é que se um subsídio ou financiamento for conseguido, a melhor utilização desta verba está directamente relacionada com o passado, presente e futuro da empresa.
# Como surgiu a Level Up e qual é a vossa missão junto das empresas?
A Level Up surgiu em 2012, num desafio que lançámos ao mercado de oferecer um serviço de consultoria à inovação que fosse mais longe do que a mera abordagem de “nós arranjamos incentivos”. Oferecemos um leque de serviços que abraça a inovação como um todo e que são uma mais valia para os nossos parceiros e clientes. Isto pode concretizar-se sob a forma de uma nova ideia/produto/processo ou, em última análise, sob a forma de um incentivo financeiro. Acima de tudo, queremos plantar uma semente que iniciará um loop contínuo de geração de ideias e mais-valias.
A nossa missão é mostrar que inovar não dói, que empreender é difícil mas possível, e que com trabalho tudo se alcança. Se conseguirmos passar essa mensagem acho que já somos bem sucedidos.
# A Level Up faz consultoria na candidatura a programas de apoio. Qual é a vossa área de especialidade e porquê?
A Level Up tem uma área de negócio dedicada à consultoria a sistemas de incentivo. Estamos especializados nos Sistemas de Incentivos empresariais, que vão desde o apoio à Inovação, à Investigação e Desenvolvimento até à Internacionalização de PME’s. Trabalhamos não só nesta abordagem, que se corporiza, numa maioria de casos, em candidaturas ao Portugal 2020 (antigo QREN), mas também na área de redução de custos fiscais através do investimento produtivo e do investimento em investigação e desenvolvimento.
Temos também, desde Maio de 2014, uma área especializada em projectos colaborativos transeuropeus, com o objectivo de montar consórcios para o Horizonte 2020. Neste sentido trabalhamos em parceria com algumas das melhores empresas na área no espaço europeu.
# Quais são as etapas do processo de consultoria?
Existe uma abordagem dual ao processo de consultoria para os sistemas de incentivos que culmina num passo comum. A primeira abordagem, mais recorrente, é ser o próprio cliente a abordar-nos já com um esboço de um projeto de investimento, mas sem qualquer tipo de ideia de onde poderá ser enquadrado, nem que tipo de investimentos ou de acções são elegíveis nos diversos quadros de apoio. Nesta abordagem, confiamos na nossa experiência para aconselhar a empresa no caminho a seguir e em que sistemas de incentivos poderão optimizar o seu esforço financeiro.
Numa segunda abordagem, tentamos construir em conjunto com os nossos parceiros uma “linha produtiva de inovação”, em que as ideias de melhoria vão fluindo ao longo do tempo. Depois, face às mais e menos valias de cada ideia, enquadramos, dentro do possível, o seu posterior desenvolvimento num sistema de incentivos. Nem sempre é possível mas, neste âmbito, acreditamos que mesmo sem uma linha de financiamento europeu é possível prosseguir com o desenvolvimento de uma nova ideia de produto ou processo.
Esta segunda abordagem só é possível porque é implementado um sistema de escrutínio e de transparência muito forte, que faz com que todas as partes colaborativas tenham a certeza da mais-valia do novo projeto. Aliás, a verdadeira inovação empresarial apenas se consegue com o engagement de todos, desde os quadros dirigentes aos operacionais mais júniores, numa lógica de passion drives innovation.
Depois de enquadrar uma ideia ou um projeto num determinado sistema de incentivos, damos todo o apoio na montagem da candidatura, da componente técnica-administrativa à componente económico-financeira. Nesta fase, os nossos clientes estão completamente seguros porque fazemos uma partilha de risco, o denominado success fee. Se a candidatura não vingar junto dos órgãos de gestão não existe qualquer tipo de remuneração dos nossos serviços de consultoria.
# Quais são as necessidades que as empresas que vos contactam têm e como é que as trabalham?
O nosso core de clientes neste momento são start-ups, empresas essencialmente de âmbito tecnológico que procuram alavancar o investimento inicial para a sua ideia. As necessidades muitas vezes passam pelo aconselhamento de base, quase um coaching involuntário onde tentamos incutir algumas noções de gestão empresarial, o que sai um pouco do nosso âmbito de actuação. Muitas vezes, e em particular no actual cenário económico, as empresas têm como principal necessidade o fundo de maneio: ou porque estão numa fase muito embrionária da sua existência, ou porque se deparam com dificuldade de mercado e mesmo em fazer cobranças.
A grande dificuldade de uma empresa em crescimento é ter um fluxo de recebimentos que a permita olhar em frente sem medo. Atrasar pagamentos é um problema crónico na economia nacional, inviabilizando muitas vezes o desenvolvimento de empresas e ideias que, teoricamente, teriam “pernas para andar”.
O que tentamos fazer é mitigar essa dificuldade direcionando os empresários/empreendedores para os sistemas de incentivos disponíveis. Quando estes sistemas de incentivos são de natureza bancária, apenas fazemos um aconselhamento paralelo. Quando são de natureza não bancária, entramos em acção com as armas que temos à mão e contamos com a massa crítica dos nossos clientes para levar ao sucesso as suas ideias de negócio.
Numa fase mais madura, grande parte das necessidades passa por identificar ideias, mudanças. As empresas habituam-se às suas rotinas (levando-as, em muitos casos, a acabar). Não olham sequer para dentro, para a sua massa crítica, de forma a encontrar ferramentas para mudarem e manterem-se competitivas. Nós tentamos ao máximo, e dentro do que nos permitem, desbloquear esse processo e criar uma necessidade de inovação constante, de procura de problemas e bottlenecks para resolução interna (e em alguns casos, externa).
Tentamos ter uma participação mais crítica possível e, através da nossa experiência (longe de ser absoluta), criar rupturas de pensamento dentro das estruturas instaladas, criar paixão pela inovação e pelo crescimento. Acima de tudo, pela sustentação do negócio, porque no final de contas, uma empresa sustentável vai criar crescimento na economia e gerar emprego.
# Quais as vantagens em solicitar os serviços de uma consultora? Esta opção tem impacto directo na taxa de sucesso das candidaturas?
Solicitar os serviços de uma consultora é um passo demasiado importante para ser visto como acessório. Esta escolha deve ser feita de forma ponderada, não só pelo seu preço, mas pelo seu track record. Não estão em causa as consultoras, mas a especialização que hoje é apresentada ao mercado, muitas vezes falaciosa.
A participação de uma consultora é extremamente vantajosa. O cliente poupa tempo e evita a burocracia que, no actual quadro de financiamento, é demasiado grande e dilui a percepção da mais-valia na candidatura.
A consultora deverá também ser capaz de identificar falhas no projecto de investimento, e de aconselhar e acompanhar o processo paralelo de geração de ideias tendo em vista a optimização dos incentivos a receber.
É essencial contratar os serviços de uma consultora que assista no processo de montagem da candidatura, e que consiga afinar a argumentação de projecto ao nível percepcionado pelos avaliadores. Também a análise económico-financeira deverá ser abordada de forma coerente e em linha com as expectativas de evolução das empresas. Não se deve assentar uma candidatura em indicadores, pouco ou nada fundamentos, de crescimento, internacionalização e de mercado.
A empresa consultora também deverá ser capaz de fazer um acompanhamento constante e activo dos seus clientes, não só durante o processo de candidatura, mas até à assinatura do contrato de concessão de incentivo (se o projeto for aprovado). Muitas vezes são necessárias injunções junto dos órgãos intermédios para resolução de questões e as consultoras devem ser dotadas de conhecimento e ferramentas para uma correcta prossecução dos interesses dos seus clientes.
Portanto, e de uma forma genérica, a presença de uma consultora com experiência é vantajosa e tem um impacto directo na taxa de sucesso de uma candidatura em cerca de 30/35%.
# Quais são os “erros frequentes” que vêem acontecer nestas candidaturas a fundos de apoio financeiro?
O erro maior é, sem dúvida, o desconhecimento do enquadramento legal das candidaturas. O acreditar piamente que todos os investimentos servem todas as candidaturas. Acima de tudo, acreditar que o processo de obtenção de um incentivo é fácil, apesar da burocracia. Aliás, este é o grande entrave à percepção do custo de uma consultora neste campo. Fazer uma candidatura com valor e possibilidade de sucesso obriga a um profundo conhecimento da legislação e dos processos e procedimentos subjacentes.
Somos, no entanto, defensores de uma partilha activa do risco com os nossos clientes: o nosso valor pelo sucesso da candidatura. Ou tudo, ou nada.
Outro erro é acreditar que toda a gente faz todos os incentivos. É impossível, sem uma grande estrutura de suporte, dar um acompanhamento sério e profundo em todos os sistemas e quadros de incentivos. É essencial procurar os melhores em cada campo. A Level Up nunca se apresentará como uma empresa especializada em PDR 2020 (Fundos para o desenvolvimento regional, mais ligados com a agricultura e processos conexos). Não quer isto dizer que não os fazemos, mas existem, sem sombra de dúvida, empresas mais qualificadas para dar um apoio completo a uma candidatura desta natureza.
No entanto, o erro com mais impacto nas empresas é na orçamentação do projecto de investimento. Nunca se deve prever um investimento que a empresa não tem capacidade de executar. O incentivo recebido não é um “alavancar de caixa”, serve para alavancar, apenas e só, o projecto de investimento. Nunca se deve apresentar uma candidatura na expectativa de se salvar uma tesouraria menos preparada, porque os fundos acabarão por ser absorvidos pelos custos correntes e o projecto não será executado em conformidade. Isto fará a empresa incorrer em incumprimento, com consequências legais que passam, no mínimo, pela devolução do incentivo recebido até à data de cessação do contrato do mesmo.
# Como caracterizam o espírito empresarial em Portugal ao nível do empreendedorismo e da competitividade?
Brutal! Os empreendedores/empresários que decidiram ficar, e os que decidiram voltar, estão a dotar o cenário económico em Portugal de novo sangue e de uma nova dinâmica, mais voltada para o mercado e para a criação de mais-valias económicas. A cada dia vê-se surgir uma nova ideia, um novo negócio, uma nova esperança.
Para nós, ainda falta surgir o espírito de cooperação, de que “todos unidos fazemos mais do que um”. Uma empresa que vive apenas de um produto tem um ciclo de vida curto e duas hipóteses de inverter o ciclo: ou inova, criando mais-valias internas, ou coopera com outra empresa, outro negócio ou ideia para se readaptar ao mercado.
Estamos, passo-a-passo, a demonstrar que a qualidade é, de longe, mais competitiva que o preço. Temos de ser capazes de prosseguir neste caminho (temos visto a inversão do status quo no sector têxtil e no calçado face aos mercados emergentes da China e do Norte de África) e não cair da tentação de vencer pelo preço. Isto põe em causa o factor humano e a própria sustentabilidade das empresas e do tecido económico.
# No processo de simplificar o acesso às candidaturas estudam a organização de cada empresa. Vocês intervêm ao nível do aconselhamento de ferramentas de gestão do negócio?
Tentamos ter uma participação activa na definição da estratégia de investimento. Como fazemos jus em estar sempre actualizados em algumas tendências tecnológicas, tentamos aconselhar ao máximo os nossos clientes, seja em ferramentas de gestão de negócio (onde damos preferência a ferramentas SaaS) seja em equipamentos e outros investimentos corpóreos.
# Desde o dia 1 de uma empresa que a contabilidade e facturação são elementos centrais. Quais são as maiores dúvidas e entraves com que a Level Up e os seus clientes se deparam?
Acima de tudo, o grande problema está relacionado com a ligação entre a contabilidade e as finanças empresariais, e com uma forma de reporte que optimize o tempo dos recursos e que promova uma gestão mais dinâmica da vertente económica. Na gestão corrente da empresa, o grande entrave é, sem dúvida, o atraso nos pagamentos, ou seja, a forma de reduzir os prazos de pagamento dos clientes de forma a que a própria empresa não tenha de atrasar pagamentos a fornecedores, e deixe de contribuir para este ciclo vicioso em que não há vencedores (tirando provavelmente a Autoridade Tributária).
Outra grande questão que surge nos empresários/empreendedores prende-se com as responsabilidades e deveres de reporte à Autoridade Tributária e Segurança Social, com todas as penalizações que podem advir. O esquema de penalizações do Estado é cego, não tem em consideração a origem da dívida, o que se torna, muitas vezes, contraproducente para o crescimento da economia nacional.
# Uma das ferramentas que usam na Level Up é o InvoiceXpress. O nosso objectivo também é simplificar…a facturação. O que destacam na utilização do nosso software?
O grande destaque é, sem sombra de dúvida, a simplicidade: desde o primeiro login dificilmente surgirá uma dúvida de utilização. O interface é extremamente bem cuidado e o programa “está sempre lá”. Os ciclos de manutenção são bem programados e creio que nunca sofremos com alguma falha do sistema. A forma como fazemos um rascunho, um orçamento, planeamos o lançamento de facturas e de avenças regulares não exige qualquer curva de aprendizagem. Está tudo lá, de forma transparente, sem grande complexidade de menus, e com a vantagem de fazer o reporte automático dos documentos de facturação à AT. Faz face a outros players na área da faturação pelo preço, pela qualidade, pela utilização e pelo cuidado com os clientes.