A motivação dos colaboradores sempre foi uma das principais preocupações dos empresários.
Neste artigo, vamos falar do efeito Pigmalião, um efeito que tanto pode ser tóxico como benéfico na motivação e no espírito da sua empresa.
Seja em que contexto for, as pessoas tecem sempre juízos de valor acerca dos demais. No contexto profissional, é natural que se formem opiniões acerca das capacidades de colegas, equipas e hierarquias.
Ora, essas opiniões e impressões tanto podem ser positivas como negativas.
Por norma, sempre que uma chefia formula uma opinião negativa e acredita que um subordinado não tem potencial, esse colaborador acaba por corresponder e por ter um mau desempenho.
Quando acontece o oposto, isto é, quando a chefia acredita que um subordinado possui um grande potencial, o colaborador irá igualmente ao encontro das expectativas, neste caso positivas, revelando bons resultados e um bom desempenho.
É tudo uma questão de comportamentos conscientes ou inconscientes sob influência das expectativas criadas pelas pessoas. A chefia que crê no potencial do colaborador vai dar-lhe mais atenção e acompanhá-lo de perto, numa perspectiva próxima do coaching. Isso envolve maior comunicação entre eles e feedback por parte da chefia; no fundo, acaba por haver um cuidado especial para garantir que o desenvolvimento do colaborador vai de encontro ao que esperava.
Já a chefia que desvaloriza o colaborador acaba por mostrar comportamentos que castram quaisquer hipóteses de crescimento e bom desempenho do colaborador. Por exemplo, é comum nestes casos, a chefia mostrar-se indiferente, diminuindo a comunicação e o feedback.
Conclusão? A auto-confiança do colaborador fica fragilizada e a desmotivação barra as possibilidades do seu desenvolvimento.
Resumindo, as expectativas que são criadas influenciam os comportamentos da chefia, e acabam por se tornar realidade, como é comprovado numa experiência realizada no exército.
Esta é a essência do efeito Pigmalião - também conhecido como efeito Rosenthal - um fenómeno que surge nos relacionamentos pessoais, em que expectativas elevadas conduzem a um melhor desempenho das pessoas.
O efeito Pigmalião ficou assim conhecido devido ao mito grego acerca do escultor com o mesmo nome. Ao considerar que nenhuma mulher igualava os seus ideais, Pigmalião decidiu esculpir a estátua da mulher perfeita. Pigmalião acabou por se apaixonar pela sua criação. Mais tarde, Afrodite, comovida com a beleza da obra, dá-lhe vida e o desejo de Pigmalião, em ter a mulher ideal, realiza-se.
A natureza deste fenómeno remete-o para a categoria das profecias auto-realizáveis, na área da Psicologia. Muito sucintamente, a teoria explica que quando concebemos uma profecia - ou melhor - quando existe uma crença e acreditamos que uma situação vai ocorrer, essa profecia/crença influencia directa ou indirectamente causas que a tornam realidade. A profecia acaba por acontecer.
Não admira que muita gente se mostre bastante céptica nestas matérias.
Pois bem, deixamos aqui uma advertência a todos os empresários:
Ignorar o poder do efeito Pigmalião em liderança é desperdiçar uma ferramenta preciosa na gestão de pessoas.
De seguida, deixamos-lhe algumas técnicas para tirar proveito do efeito Pigmalião e conseguir um ambiente organizacional favorável ao crescimento dos colaboradores.
Aplique alguns métodos de mentoring na relação com o colaborador. Numa primeira fase, analise os processos de trabalho e de aprendizagem do colaborador. Depois, peça-lhe que explique a sua forma de se organizar e de trabalhar. Assim, conseguirá perceber a sua forma de ver as coisas e as suas capacidades de crescimento, e com isso adaptar a passagem de tarefas e de outros desafios.
Invista mais no feedback. Bons líderes dão feedback personalizado e detalhado com base do desempenho do colaborador. Por isso, não se fique pela palmadinha nas costas, vá além do habitual “bom trabalho” e comente positivamente os pontos fortes na tarefa do colaborador.
Fale positivamente acerca do colaborador na empresa. Ao transmitir mensagens positivas a outros colegas (sobretudo seniores), está a fomentar expectativas elevadas para o colaborador. Portanto, fale do potencial do colaborador e aguarde que a expectativas actuem na sua motivação.
Crie um ambiente de abertura, proximidade e inspiração. Seja um exemplo para o colaborador e inspire-o a melhorar sempre. A comunicação é crucial neste ponto para incutir confiança nas aptidões do colaborador.
Elimine as ideias pré-concebidas da sua cabeça. As pessoas são todas diferentes e todas podem aprender, crescer e ser melhores. Logo, os preconceitos são o primeiro passo para um efeito inverso ao pretendido. Fuja da postura inflexível, pois todos os colaboradores têm potencial de crescimento, basta que se criem as condições favoráveis para tal.
Agora que conhece o efeito Pigmalião, vai prestar mais atenção a certos detalhes que o ajudarão a controlar melhor situações potencialmente desmotivantes na sua empresa.
Ser um líder que está presente, acima de tudo para ajudar e servir a sua equipa, define justamente o estilo da “liderança servidora”. E o efeito Pigmalião é uma ferramenta poderosa nesse estilo, pois permite-lhe guiar os seus colaboradores e motivá-los a crescer, e consequentemente atingir um melhor desempenho profissional.
A empresa é feita de pessoas. Se todas crescerem, a empresa cresce com elas.
Já conhecia o efeito Pigmalião e a importância das expectativas?
Deixe o seu comentário: queremos saber qual é o seu estilo de liderança e as técnicas que usa para “servir” a sua empresa.
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