doSEMENTE, Empreendedorismo que enche barriga


Fomos conhecer a Patrícia Simões, uma jovem empreendedora de 30 anos que dia 17 de Maio celebra 3 anos à frente do seu negócio: a doSEMENTE, uma marca de granolas artesanais. Depois de lerem esta entrevista vão dizer, como nós, que o sucesso nos negócios se conquista pela barriga.

Empreendedorismo de sucesso

A doSEMENTE foi literalmente “cozinhada” na tua cozinha. Como é que nasceu esta ideia?

Durante muitos anos, comprei muesli e granola para os meus pequenos-almoços. Já tinha feito uma mistura simples de cereais, há uns anos, e cheguei mesmo a publicar a receita no meu blog. Depois, quando fui visitar Berlim, experimentei outras granolas, diferentes das que estava habituada a ver por cá. Para além de ter ido a mercados e feiras de rua, onde percebi a “onda realmente artesanal” deles: desde massas, queijos, café. Foi muito giro, porque o próprio produtor estava ali a vender o seu produto alimentar, o mais simples possível, sem logótipos da moda ou stands super atractivos. Gostei muito disso. Um ano depois, houve um dia que olhei com atenção para os ingredientes das granolas e achei que devia ser fácil fazer. Na altura, eram poucos os sites e blogs portugueses com receitas de granola. Então comecei uma pesquisa por sites estrangeiros. Quis perceber a base da granola, os vários ingredientes, as melhores sementes e frutos. Dicas para ficar mais crocante ou mais aglomerado. Quando dei por mim a dispensar algumas horas a ler sobre o assunto e a experimentar receitas, percebi que havia uma falha no mercado. Não havia uma marca portuguesa exclusivamente de granola. Comecei aí a segunda parte da aventura.

Para te aventurares num projecto como a doSEMENTE, teve de ser uma paixão para a vida?

A paixão foi crescendo. No início, foi quase por brincadeira. Tinha um outro trabalho e nos primeiros tempos nunca pensei vir a estar na doSEMENTE a tempo inteiro. Mas o projecto cresceu, a minha postura mudou, passei a encarar isto de forma mais séria e agora posso dizer que sim, é uma paixão.

Sempre quiseste ter o teu próprio negócio?

Não. Nunca pensei muito nisso mas, o que é certo, é que sempre me meti em vários projectos. Uns não saíram do papel, outros não foram além do nome, outros não cresceram por falta de um espaço físico. Sempre tive projectos paralelos mas sem pensar em negócios propriamente ditos.

O que te fez ganhar coragem para arriscar nestas coisas do empreendedorismo e mudar de vida?

Pensando bem nessa questão, acho que foram acima de tudo os comentários dos meus clientes. De início eram os amigos e os conhecidos do “mundos dos blogs” (tenho um blog desde 2006) que compravam granola. Quando comecei a receber encomendas de pessoas que não conhecia e que depois enviavam emails com feedback fez-se o click. E sinceramente acho que foi isso que me fez avançar, despedir do meu outro trabalho e estar a tempo inteiro na doSEMENTE. Para além disso, sou uma “eterna insatisfeita”, quero sempre mudar e alterar alguma coisa. Não é tanto a vontade de querer mais mas sim, de querer alguma mudança. Isso também me deu coragem.

Das redes sociais a uma loja online

Começaste a divulgar a tua granola nas redes sociais. Como é deste o salto da tua casa para uma loja online?

Desde o início, e durante dois anos e meio, tive um site com um formulário de encomenda. Não era uma loja online. Dava-me imenso trabalho a parte de backoffice e de gestão de encomendas. Um dia disse basta! E avancei para uma loja online como deve ser. Mas que acima de tudo continuasse a ser fácil para o cliente e me fizesse poupar algum tempo.

A loja doSEMENTE é da Shopkit. Porque razão escolheste essa plataforma?

Nessa altura, quando decidi ter a loja online, analisei detalhadamente uma série de plataformas. Como já vendia online, já sabia ao certo as opções que a loja tinha de ter. Por exemplo, a maior parte das encomendas são pagas por transferência bancária. Logo, não fazia sentido ter uma loja sem essa opção de pagamento. E na Shopkit há essa opção. Tal como dar a escolher ao cliente a forma de envio pelos CTT. Para além disso, o processo de emissão de facturas é super rápido e prático. Como uso o InvoiceXpress é só clicar num botão et voilá, já está. Não me posso esquecer do apoio ao cliente. De todas as vezes que precisei de ajuda, num instante responderam-me e ajudaram-me. Tudo isto foi importante na escolha da Shopkit.

Das redes sociais, à loja online, à tua loja-cozinha...fala-nos um pouco dessas etapas de desenvolvimento do teu negócio. O que é que isso de ser empreendedora implica?

No meu caso, implica desdobrar-me em mil e uma tarefas. Desde a actualização das redes sociais, responder às mensagens e emails diários, preparar as encomendas, fazer os envios, tirar dúvidas, atender os clientes na loja. E depois toda a parte de preparação da granola e de controlo e gestão de stock de ingredientes. São tantas as etapas...

O fabrico, a venda e o envio para os clientes são responsabilidade da Parícia

Quais foram os maiores desafios que enfrentaste e que ainda enfrentas?

O grande desafio foi (e acho que ainda o é) a gestão de tempo e a auto-disciplina. Já para não falar da aventura que foi (e é!) ter-me metido numa área de negócio sobre a qual não conhecia rigorosamente nada. Tive de pesquisar imenso, tirar cursos e aprender normas de segurança alimentar, ao mesmo tempo que me familiarizava com conceitos de marketing e de gestão. Bom, tudo para mim tem sido uma grande aprendizagem e um enorme desafio!

E quais são as maiores vitórias?

Olhar para trás e perceber que consegui avançar com uma ideia simples, à qual a maior parte dos meus amigos e familiares disseram no início “esquece lá isso”. Mesmo assim fui em frente. E hoje é o meu trabalho a tempo inteiro, tenho uma loja online e física, uma série de clientes fiéis e ideias para continuar a crescer. É óptimo pensar assim. Têm sido pequenas vitórias ao longo de três anos.

Depois de tanto tempo de negócio, podemos ler no teu blog que ainda dizes ser “uma estreante em workshops de empreendedorismo" porque "nestas coisas ter medos é comum”. Que medos tens e o que fazes para os ultrapassar?

Pois é, cursos só mesmo os de higiene e segurança alimentar, haccp e outros que tais. Tudo o resto tenho "aprendido" de forma autodidacta. Leio bastante, pesquiso, requisito livros na biblioteca e só há poucas semanas fui ao primeiro workshop de empreendedorismo. E fui sobretudo porque, por vezes, esse tal ‘medo’ faz com que não avancemos. Eu tenho uma tendência para só ver o lado menos positivo. Por isso, decidi começar a contactar com mais pessoas na mesma situação, para perceber se tudo isto é normal. Os medos devem ser quase sempre os mesmos: ‘dou um passo um pouco maior e depois, será que consigo?’, ‘sigo por este caminho ou pelo outro?’ e ‘e se não funcionar? e se não der em nada?’. Acima de tudo, o contacto com outras pessoas criativas, projectos, ideias de negócio faz-me ganhar forças para o meu próprio negócio.

Que conselhos darias a quem tem ideias a “cozinhar” para que tenha coragem de se lançar?

Não há nada melhor do que ver uma ideia transformar-se em negócio a sério. Mas geralmente quando me fazem esta pergunta mostro sempre os dois lados da moeda. O único conselho que dou é seguirem em frente de forma sustentada. O ter medo, como já disse, é normal. Claro que aconselho sempre a lerem, a fazerem o enquadramento legal como deve ser (sim, é uma seca ler decretos-lei e normativas europeias mas tem de ser) e a fazerem cálculos (convém que a ideia dê algum lucro). Depois é avançar (eu sei, é a parte mais difícil). Sou uma entusiasta de novas ideias e, por vezes, recebo na minha loja alguns clientes e amigos que me fazem esta mesma questão. Confesso que nunca sei muito bem como responder. É mesmo seguir em frente!

O que significa ser empreendedor hoje?

Para mim, ser resiliente, ter perseverança, ter uma vontade constante de mudar e, consequentemente, de querer mais alguma coisa e lutar por isso. E até me parece que seja normal que, por vezes, dê vontade de desistir. Mas depois, a sensação de ‘eu construí isto’ é mais forte e dá aquela força para continuar. É uma ‘luta’ constante (financeiramente também) mas que compensa largamente.

Abrimos-lhe o apetite? Podem sempre visitar a Patrícia na sua loja: Rua Filipe da Mata 81, 1600-070 Lisboa.

E se tem pensado em abrir a sua loja online, veja a oferta que temos para si.


Lúcia Valdevino

Com formação em artes e comunicação, encontrou na escrita uma das suas melhores formas de expressão. Curiosa e empreendedora, agarra qualquer desafio com criatividade. Adora viajar e assistir a espectáculos de teatro e dança.

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