Acessibilidade na Internar: do que se trata?
A acessibilidade na internet é a prática de garantir que não existem barreiras que impeçam a interação ou o acesso a websites por parte de pessoas com deficiências físicas, mentais ou sensoriais. Quando os sites são corretamente projetados e desenvolvidos, todos os utilizadores têm igual acesso à informação e às suas funcionalidades.
Na verdade, a acessibilidade na web é muito mais do que uma mera preocupação técnica. Trata-se de uma questão fundamental dos direitos humanos, inclusão digital e equidade. Portanto, garantir que os sites são acessíveis a todos, independentemente das suas capacidades físicas ou cognitivas, é extremamente importante. Isto para que ninguém seja excluído do acesso a informações vitais, serviços e oportunidades.
Consideremos os seguintes dados:
– Em 2022, 27% da população da União Europeia, com mais de 16 anos, tinha alguma forma de deficiência, o que corresponde a 101 milhões de pessoas ou a um em cada quatro adultos;
– Em Portugal, em 2023, cerca de 10,9% dos portugueses (aproximadamente 1,1 milhões de pessoas) apresentavam pelo menos uma incapacidade, podendo ela ser visual, auditiva, motora ou cognitiva.
Acresce a isto o facto de a Europa ser o continente com a maior percentagem de idosos em todo o mundo, sendo que a questão da acessibilidade também diz respeito a pessoas mais velhas, que têm dificuldades de visão, auditivas, físicas ou motoras. Indo ao encontro do conceito de uma sociedade digital inclusiva, então estes dados reforçam a importância da adequação e acessibilidade dos sites e apps.
Neste contexto, surgiram as Diretrizes de Acessibilidade para o Conteúdo da Web (WCAG) e a Diretiva Europeia da Acessibilidade Web (Diretiva (UE) 2016/2102). Uma combinação de padrões internacionais e de regulamentações específicas, que destaca a importância global da acessibilidade na web e demonstra que existe o compromisso de garantir que a internet é verdadeiramente inclusiva.
O que são as Diretrizes de Acessibilidade para o Conteúdo da Web (WCAG)?
As Diretrizes de Acessibilidade para o Conteúdo da Web (WCAG) são um conjunto de recomendações desenvolvidas pelo World Wide Web Consortium (W3C), para tornar o conteúdo online mais acessível para pessoas portadoras de deficiência.
O WCAG define critérios de sucesso para garantir que os sites são percetíveis, operáveis, compreensíveis e robustos para todos os utilizadores, independentemente das suas capacidades e dispositivos de acesso.
O que é a Diretiva Europeia da Acessibilidade Web?
A Diretiva Europeia da Acessibilidade Web (UE) 2016/2102 estabelece requisitos específicos de acessibilidade para os sites e aplicações móveis de organizações do setor público. Esta diretiva visa garantir que os serviços online oferecidos pelas instituições públicas são acessíveis a todas as pessoas, incluindo aquelas que são portadoras de deficiência.
Por que motivo a acessibilidade na internet é tão importante para um negócio
A acessibilidade na internet é uma parte essencial da responsabilidade social corporativa e uma estratégia de negócios inteligente.
Como a internet é uma fonte vital de informação, serviços e oportunidades, ao tornar o seu site acessível, está a garantir que todas as pessoas, independentemente das suas capacidades físicas ou cognitivas, conseguem aceder ao seu conteúdo. Isso demonstra um compromisso com a igualdade e a inclusão, melhorando a reputação da sua marca.
Além disso, consegue expandir o seu público-alvo, atingindo uma base de clientes mais ampla e aumentando o potencial de vendas e de crescimento do negócio.
Dado que os princípios fundamentais do WCAG se assemelham a estratégias de SEO, quer dizer que um site mais acessível terá maior probabilidade de ficar bem posicionado no ranking do Google. Logo, o resultado será um aumento no número de visitas ao site.
Dicas de como ter um site adaptado e acessível
Segundo as Diretrizes de Acessibilidade para o Conteúdo da Web, existem quatro princípios fundamentais a ter em conta. E dentro desses quatro princípios, há toda uma panóplia de diretrizes a seguir:
1. Percetível
A informação e os componentes da interface devem ser percebidos por todos os utilizadores, independentemente das suas limitações.
De que forma se pode fazer isso?
- Ao utilizar texto alternativo em imagens: sempre que utilizar imagens no seu site, certifique-se de incluir texto alternativo descritivo (alt text). Isso permite que os utilizadores com deficiência visual entendam o conteúdo das imagens, mesmo que não possam vê-las.
- Ao disponibilizar transcrições de áudio ou vídeo: para garantir a acessibilidade do conteúdo multimédia, é importante disponibilizar transcrições. Isso permite aos utilizadores surdos ou com deficiência auditiva terem acesso ao conteúdo.
- Ao melhorar a navegação e criar um sitemap: simplifique a navegação do seu site, tornando-a intuitiva e fácil de entender. Crie um sitemap, de forma a auxiliar os utilizadores a encontrarem facilmente o que procuram.
- Ao dar importância ao contraste de cores: utilize cores que tenham um bom contraste entre si para garantir que o texto é legível para todos os utilizadores. Quer isto dizer que a cor das letras deve sobressair da cor do fundo da página, para facilitar a leitura a pessoas com problemas visuais, como baixa visão e daltonismo.
- Ao criar formulários acessíveis: garanta que há uma etiqueta ao lado do campo no qual deseja que o utilizador clique ou preencha, como, por exemplo, o campo do e-mail ou nome. Ao fazer isso, ajuda os utilizadores, que usam ferramentas de tecnologia de apoio, a entenderem o que deve ser feito naquela secção.
- Ao aplicar outras práticas recomendadas: inclui garantir que todos os elementos interativos do site são acessíveis através do teclado, fornecer uma forma fácil de aumentar o tamanho da letra, e utilizar uma estrutura clara e bem definida dos títulos numa página. Certifique-se, ainda, de que o seu site é compatível com leitores de ecrã, isto é, softwares que leem o conteúdo em voz alta, para utilizadores com deficiência visual.
2. Operável
Todos os componentes da interface devem ser passíveis de serem executados pelo utilizador.
- Facilidade de uso: os botões e menus das diferentes páginas devem ser fáceis de usar e tudo na página deve ser acessível usando apenas o teclado. Este aspeto é de extrema importância para pessoas com deficiências motoras.
- Tempo suficiente para ler: o utilizador tem de ter tempo suficiente para ler, processar e usar a página. Isso inclui pausar animações ou ajustar o tempo de espera.
- Evitar animações que possam ativar problemas de saúde: a página não pode ter nada que possa causar convulsões, como luzes que piscam muito ou animações extremamente rápidas.
3. Compreensível
As informações e a estrutura das páginas devem ser compreensíveis por parte dos utilizadores com diferentes níveis cognitivos.
- O texto deve ser de fácil leitura e entendimento.
- O idioma da página deve ser automaticamente identificado.
- Deverá fornecer definições para palavras ou frases pouco comuns e expandir as abreviações usadas.
- Se o texto for difícil, disponibilize uma versão mais simples.
- Permita a audição da pronúncia das palavras.
- A navegação deve ser consistente em todas as páginas.
4. Robusto
O conteúdo deve ser robusto o suficiente e compatível com diferentes tecnologias de apoio, acompanhando o avanço da tecnologia para que seja interpretado de forma confiável por uma ampla variedade de utilizadores.
- Certifique-se de que as diferentes secções da sua página estão corretamente identificadas com etiquetas HTML, como links, formulários, títulos, parágrafos, tabelas, etc.
- Torne as mensagens de status identificáveis, para que sejam acessíveis através de tecnologias de apoio. Uma mensagem de status pode informar que uma operação foi concluída com sucesso, que ocorreu um erro ou que um processo está em andamento. Estas mensagens são importantes para orientar os utilizadores sobre o que está a acontecer no sistema.
Após implementar tudo isto ou, se possível, aquando do desenvolvimento do seu site, use ferramentas de teste de acessibilidade para verificar se este corresponde aos parâmetros. Algumas ferramentas que poderá utilizar passam pela Wave, NV Access e Axe DevTools.
Lembre-se, a acessibilidade na web não é apenas uma questão de conformidade legal, mas também uma prática de inclusão que beneficia todos os utilizadores. Além disso, um site acessível pode ajudar a melhorar o SEO, aumentar os contactos e promover a responsabilidade social.
Também o uso de um software de faturação certificado, como o InvoiceXpress, poderá contribuir para uma experiência mais inclusiva na internet. Ao integrar este programa de faturação online no seu negócio, e pela sua facilidade de uso, torna o método de trabalho mais acessível e inclusivo para os seus funcionários.